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Reflexões de Umbanda

Reflexões de Umbanda

 

UMBANDA, UM PRONTO SOCORRO ESPIRITUAL!

A Umbanda é uma Religião fascinante se estudada com isenção e racionalismo, mostrando-nos a Grandeza Divina de Deus e as infinitas possibilidades que Ele nos oferece para nos auxiliarmos quando entramos em desequilíbrio com o Plano Espiritual e o Natural.

Se soubermos interpretar o simbolismo umbandista veremos que, mais que uma Religião, a Umbanda é um Pronto Socorro Espiritual Equipadissimo para acolher todos os necessitados de um rápido auxilio.

As pessoas seguidoras de outras religiões não vão à Umbanda para rezar e sim, vão em busca do socorro imediato para as mazelas que, em suas religiões, não tem como ser tratadas adequadamente.

Vemos entrar e sair dos Centros Umbandistas pessoas seguidoras das mais diversas religiões, todas necessitadas de tratamento Espiritual imediato, muitas delas a beira de um colapso nervoso, do suicídio, da loucura, da confusão que incutiram em suas mentes com mensagens religiosas contraditórias que, ao invés de orienta-las, as confundiram de tal forma que muitas perderam a fé no referencial divino que tinham.

Com os espíritos que se manifestam através dos seus médiuns muitos encontram palavras de consolo, de conforto e de esclarecimentos que, pouco a pouco, fornecem-lhes novos referenciais, todos fundamentados na imortalidade do espírito e na necessidade de espiritualizarem-se porque só com uma pessoa se entendendo como espírito imortal encarnado para cumprir mais uma etapa da sua evolução, ela lidará de forma correta com suas dificuldades aqui na terra e alcançará o equilíbrio intimo para supera-las ou transmuta-las.

Os referenciais divinos de quase todas as religiões são idênticos e estão calcados na existência de um Deus Onipresente e Onipotente que tudo pode e tudo faz; que é justo e perfeito e que não desampara ninguém em momento algum, fornecendo a todos o seu ampara divino.

Esse referencial divino é verdadeiro e não estamos negando-o ou questionando-o porque também acreditamos nele e o ensinamos a todos que acreditam na existência de Deus .

O que questionamos acerca desse referencial divino é que muitos limitaram a religiosidade das pessoas nessa afirmação (verdadeira) e negaram tudo mais que faz parte do aprendizado e da espiritualização delas, negando-lhes o beneficio da busca e a satisfação de poderem, por si, solucionarem as dificuldades do dia a dia e de sanarem as dúvidas existência que surgem naturalmente no decorrem de suas passagens terrenas.

Na mente do doente, do desempregado, do solitário, do desesperançado, do desiludido , do desequilibrado mental e emocionalmente etc., passam pensamentos terríveis sobre sua condição de sofredor em meio a tantas pessoas saudáveis, em meio a tantas pessoas empregadas e em ótima situação financeira, em meio a tantas pessoas felizes, em meio a tantas pessoas cheias de esperança e felizes pelo sucesso já obtido em seus projetos de vida.

A legião de sofredores encarnados é imensa e em certos momentos nós (eu e você, amigo leitor) já fizemos parte dela (ou ainda somos), certo?

Aos membros temporários ou permanentes dessa imensa legião de sofredores encarnados soma-se a dos espíritos já desencarnados, muito maior e em piores condições porque já não têm a estabilidade do plano material para se agarrarem e não serem tragados pelo abismo do desespero , do tormento e da sensação de desamparo total nos momentos mais difíceis das suas existências.

Faltou a alguns interpretes de Deus revelarem aos seus seguidores que Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente, que tudo pode e tudo faz em nosso benefício, não desamparando ninguém em momento algum, mas que tem Sua forma de nos auxiliar na solução das nossas dificuldades, todas elas passando por nós mesmos e contando com a nossa participação na solução dos nossos problemas.

Deus possui muitos modos de operar em nosso benefício e um deles é através do auxílio dos espíritos mais evoluídos que, invariavelmente, voltam-se para os menos evoluídos e passam a auxiliá-los para que lidem de forma correta com suas dificuldades, sejam elas transitórias ou permanentes.

As dificuldades transitórias são solucionadas rapidamente. Já as permanentes, a solução delas só é possível com uma transformação integral do ser, pois a mente, que é a fonte dos pensamentos, não pode estar dissociada da razão e do bom senso, que são fontes de equilíbrio e racionalismo.

Ou a mente e a razão estão associadas e centradas ou a qualidade dos pensamentos deteriora-se e elas se auto anulam pelas contradições, enfraquecendo a fé e anulando a crença em um Deus, Justo e Perfeito, que não desampara ninguém e a todos socorre o tempo todo, mesmo quando a solução das nossas dificuldades esta em nós.

Espiritualizar-se é mais que crer em Deus! É o ser crer-se parte Dele e que todas as nossas ações refletem Nele e retornam para nós, os seus emissores.

É crer-se uma célula do corpo de Deus que, se esta saudável realiza suas funções sem chamar a atenção dos "anticorpos" espirituais mas, se ficar enferma, atrairá a atenção deles e começará a ser atacada de todos os lados até ser devorada por eles, que tem justamente essa função: Destruir e remover do corpo todas as células que se tornarem enfermas e ameaçarem a saúde, o bem estar e o equilíbrio existente nele.

A "célula enferma" não entende porque só ela esta sendo atacada e todas as outras (suas irmãs) não são incomodadas pelos "anticorpos", ainda que estejam ao seu lado.

Com certeza essa célula enferma tem muitos porquês sem respostas, não é mesmo?

Tal como todas as pessoas, em certos momentos de nossa existência, quando estamos sofrendo porque fomos atacados violentamente por forças desconhecidas, fraquejamos e sentimos que fomos abandonados à nossa própria sorte (ou azar).

Quantas pessoas não vêem suas vidas desmoronarem de uma hora para outra, perdendo tudo o que acumularam durante anos por causa de um mau negócio; de um projeto que não deu certo; devido uma onda de doenças; por causa de uma separação conjugal; pela perda de um emprego bem remunerado, etc., e daí em diante tudo muda para pior e escapa-lhes do controle?

São acontecimentos corriqueiros, porque acontecem o tempo todo com muitas pessoas, independente da religião que sigam.

Quantas dessas pessoas sofridas e desesperadas não atribuem a Deus a responsabilidade pelos seus infortúnio pois sentem-se abandonadas, punidas ou desamparadas por Ele, que tudo pode mas nada faz para minorar seus sofrimentos?

Quantas não abandonam suas religiões e começam a buscar nas outras o amparo e a proteção divina, já inexistentes na que segue?

Daí em diante passam de uma igreja para outra; de uma religião para outra; de um sacerdote miraculoso para outro, sempre buscando nelas ou neles o que perderam.

E, por fim, quando nada mais lhes resta nesse campo (o religioso), já acreditando que tudo lhes foi tirado, aí sim, voltam-se para o Pronto-Socorro Espiritual conhecido por Umbanda.

Na Umbanda, em seus centros despidos de luxo, vergam-se ante a inexorável ação da Lei Maior em suas vidas e curvam-se perante a espiritualidade enquanto ainda há tempo.

Diante dos Espíritos-guias as pessoas relatam seus sofrimentos, abrem seus corações e derramam suas lagrimas para que a esperança brote novamente em suas vidas.

Finalmente a humildade se fez presente em seus íntimos e o "Centro de Macumba e os Macumbeiros", tão ofendidos e vitimas de todo tipo de sarcasmos e ofensas mostram-se aos seus olhos surpresos que a Umbanda é uma Religião Humanística e Socorrista e que os tão difamados "macumbeiros" são pessoas tão humanas quanto eles e que nada lhes pedem ou cobram-lhes para ajuda-los na reconquista do amparo divino.

Não cobram nada, não pedem dizimo e não cobram caríssimos "trabalhos" porque, dentro do verdadeiro centro de Umbanda quem trabalha são os Guias Espirituais, que não precisam de nenhuma vantagem financeira para estender suas mãos luminosas aos necessitados.

Isto é Umbanda!

Pai Rubens Saraceni.

Reflexões de Umbanda

Observem que queremos chamar a atenção dos leitores para o fa­to de que em um século de existência a Umbanda já avançou muito em seus aspectos teóricos e práticos e, no entanto, sempre haverá espaço para novos livros e conceitos, porque ela é uma religião de fato e uma fonte inesgotável de conceitos e informações. Tanto isso é verdade que jamais deixa­remos de ter novos livros sobre a reli­gião umbandista, nos quais os autores es­tarão reavivando a fé dos leitores, abordando aspectos ritualísticos e con­ceitos doutrinários, sempre movidos pelo intuito de elucidar, esclarecer e ins­truir a novas gerações umbandistas.

Sim, as novas gerações são as gran­­­des levas de pessoas possuidoras da mediunidade de incorporação que adentram diariamente os templos de Umbanda, ávidas por informações acerca do universo divino da sua nova religião.

Pai Benedito de Aruan­da já nos dizia: “Filhos, não temam as críticas cujo único objeti­vo é destruir a Umban­da porque elas não prosperarão, já que a cada novo dia milhares de espíritos reen­car­nam e mui­tos deles já trazem aber­tas as suas fa­cul­dades mediú­nicas, faculdades essas que os con­duzirão ao encontro das religiões espíritas ou mediúnicas, tais como o Espiritismo, a Umbanda e o Candomblé”.

Pai Benedito também dizia: “Filhos, a Umbanda é maior que todos os Um­bandistas juntos, pois ela é uma reli­gião, e, como tal, sempre abrigará no­vos fiéis, mostrando a todos que é em si um mistério de Deus, apto a abrigar em seu seio (templos) quantos a procu­rarem e a adotarem como sua ‘guia’ terrena no caminhos que nos conduzem a Deus”.

Pai Benedito também nos alertava sempre sobre o fato de, caso al­guém qui­sesse se arvorar em “papa” da Um­banda ou chamasse para si a posse dela, dos seus conceitos e da sua doutrina, logo se veria tão assoberbado que se calaria e se recolheria ao silêncio se­pulcral do seu íntimo, já que a Umbanda não tem um dono ou papa.

Pai Benedito também nos dizia: “Filhos, a Umbanda é uma religião mediúnica e, co­mo tal, dispensa templos sun­tuosos, pois onde houver um mé­dium lá estará um dos seus ‘templos vivos’, através do qual a religião fluirá em to­do seu esplendor. Portanto, sejam bons e bem esclareci­dos médiuns, porque serão a religião”.

Tantas foram as coisas ditas a nós por Pai Benedito de Aruanda que é im­possível recordar todas neste momento que escrevo a apresentação deste livro.

Mas se de algumas me recordo é para salientar a sapiência desse nosso amado irmão Preto-Velho que sempre nos alertava: “Filhos, Deus é a verdade e é a fonte divina de todos os mistérios. Só Ele realmente sabe! Quanto a todos nós, espíritos mensageiros e médiuns, somos apenas intérpretes d’Ele e dos Seus mistérios, dos quais temos nossas versões e nada mais”. Logo, caso lhes digam: Esta é a verdade final sobre Deus e sobre seus mistérios – fiquem alertas porque ali estará alguém fazen­do proselitismo em causa própria ou é mero especulador.

Se relembro os alertas de Pai Bene­dito de Aruanda, dados quando ele psicografava através de mim, é porque ele sempre foi um crítico ardente de mui­tos dos comentários sobre os Orixás...

Ele não poupava ninguém quando o assunto era os Orixás e até nos dizia: “Filhos, hoje estão surgindo pessoas, cheias de soberba e sapiência, arvo­rando-se em arautos do saber sobre os Orixás...”

“Lembrem-se”, alertava-nos Pai Be­ne­dito, “que Orixá é mistério de Deus! E, como tal, assume as feições humanas que lhe dermos. Mas lembrem-se tam­bém: existe uma Ciência Divina que ex­plica os mistérios dos orixás de forma científica e, em vez de recorrer aos seus aspectos míticos, os decifra e os ensina através das qualidades divinas que cada um é em si mesmo”.

“Na ‘ciência divina’ está a chave para decifrar os mistérios dos orixás, filhos de Umbanda!” [...] pp.7-9 ...

AUTONOMIA DA RELIGIÃO

Todos os terreiros de Um­banda cultuam os “Ori­xás” e é neles que funda­men­tamos a Teogonia de Um­banda, apresentada a to­dos agora, quase um sé­cu­lo após o marco funda­mental dela, lançado pelo senhor Caboclo das Sete En­cruzilhadas através do seu médium Zélio Fernandino de Morais.

Se todos os umbandistas cultuam Olorum, Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Iemanjá, Oxum, Nana, Obaluaiê, Omu­lu, Oxumaré, Exu, etc., então temos uma teogonia fundamental derivada dos povos “nagôs”, só que adaptados à nossa visão e entendimento, à nossa religião e modo de cultuá-los.

Para cultuarmos os Orixás não pre­cisamos pedir licença a ninguém, muito menos aos nossos irmãos cultuadores deles no Candomblé.

- Os primeiros cristãos não pediram li­cen­ça aos sábios do Templo de Jeru­sa­lém para iniciar o cristianismo, fun­damentado no Velho Testamento e na renovadora mensagem de Jesus Cristo.

- Os primeiros budistas não pediram licença aos seus pares orientais para iniciar sua religião.

- O profeta Maomé não foi à Jerusa­lém pedir licença para iniciar o islamismo, fundamentado no Velho Testamento e na mensagem recebida por ele do Ar­canjo que o incumbiu de fundar uma nova religião.

- A igreja ortodoxa grega não pediu licença a Roma para seguir seu próprio caminho. Apenas se separou dela, e pron­to.

- Os primeiros protestantes da Eu­ropa não fundaram o protestantismo (e seus vários segmentos) com o aval da igreja de Roma, mas como uma dissi­dência a ela e um contraponto ao seu dogmatismo interesseiro e opressor do livre arbítrio dos seus fiéis. Assim tem sido com todas as religiões no decorrer dos tempos e não seria diferente com a Umbanda, pois foi um Cabo­clo, expulso de uma “casa kardecista” e tachado de “Egum” no Candomblé, que sem pedir licença a qualquer religião e sacerdote disse que ali se iniciara uma nova religião, a Umbanda, e ponto final.

Que nos critique e vilipendie quem quiser, mas um dia todos serão “Eguns” e só encontrarão o vazio dos vazios ao desencarnarem, porque das coisas divinas só Olorum é Senhor.

Quanto a nós, espíritos encarnados ou desencarnados, somos seus bene­ficiá­rios, e nós, os umbandistas, temos a nossa interpretação deles e a forma de cultuá-Lo que, se é diferente do Can­domblé, e a nossa interpretação e forma.

Respeite-as quem quiser e aceite-as como válidas também quem for sábio.

Quanto aos que não respeitam nossas interpretações e não aceitam nossa forma de cultuá-Lo, que cuidem dos seus rebanhos porque do rebanho umbandista cuidamos nós, os sacer­dotes umbandistas.

Textos extraídos do livro “Orixás -Teogonia de Umbanda” Rubens Saraceni - Editora Madras.

Pai Rubens Saraceni.